Recentemente, analistas da agência de classificação de crédito da Moody disseram que a indústria petroquímica brasileira cairá em uma crise de longo prazo e, se o governo não intervir, a lucratividade do setor será ameaçada.
Carolina Chimenti, analista responsável pela indústria química do Brasil, apontou que as perspectivas de Brasco, o maior produtor petroquímico do Brasil e da América Latina, são particularmente preocupantes e, no ambiente grave atual, a empresa enfrenta problemas como margens de lucro compactadas e geração de caixa livre limitada.
O problema é que estamos em um ciclo descendente muito grave e deve durar mais tempo que os ciclos anteriores. Sem apoio do governo, as margens de lucro corporativo serão severamente compactadas e não gerarão fluxos de caixa livres positivos, dados os pagamentos de compensação em Aragos. Chimenti disse. A dívida de Aragos vem da compensação por danos geológicos causados pela mineração de sal de Brasco no estado do norte. Mas os analistas acrescentaram que, mesmo sem considerar essas despesas de compensação, os fluxos de caixa obtidos por meio de possíveis medidas de corte de custos permanecerão limitados. Como um negócio lucrativo, a Brasco deveria ter mantido o fluxo de caixa positivo em meio a flutuações cíclicas. Mas a situação atual não é um ciclo comum, mas um ambiente extremamente difícil com problemas especiais no estado de Aragos. Ela enfatizou.
Chimenti apontou que, em comparação com os produtores americanos, a indústria petroquímica brasileira tem desvantagens estruturais, especialmente em termos de custos de matéria -prima. As empresas químicas brasileiras dependem principalmente de rotas de produção de nafta, enquanto os concorrentes dos Estados Unidos se beneficiam do etano de baixo custo derivado do gás de xisto. A localização geográfica do Brasil, adjacente aos Estados Unidos, tornou -se uma desvantagem. Se mudarmos para matérias -primas que rachaduras em etano produzirem produtos petroquímicos, isso exigirá um investimento enorme, o que coincide com a calha do setor. Atualmente, as empresas brasileiras não têm fundos para implementar a transformação e, embora o projeto de cracking de Brasco-Idssa Etano no México tenha sido operado, também enfrenta desafios. Como o ambiente de financiamento atual está apertando, é difícil para as empresas petroquímicas brasileiras obter apoio financeiro de baixo custo. A Brasco negocia o suprimento de gás natural há meses e ainda está em andamento.
O Parlamento do Brasil está considerando a legislação do PresIQ que inclui benefícios fiscais para empresas químicas. Se implementado, espera -se que a política traga um crescimento de lucro de US $ 400 milhões a US $ 500 milhões para a Brasco. Mas, a longo prazo, as empresas petroquímicas brasileiras ainda precisam aumentar sua competitividade investindo em transformação de etano (como expandir projetos mexicanos) para reduzir sua dependência do governo.