À medida que a guerra tarifária entre a China e os Estados Unidos continua a fermentar, o Brasil enviará a maior delegação agrícola da história à China nesta semana. Cerca de 150 representantes de vários setores agrícolas brasileiros viajarão para a China para participar de uma série de reuniões focadas no acesso ao mercado, expansão de exportações e questões relacionadas à saúde e tarifas.
A China já é a maior comprador da soja e carne do Brasil. A delegação incluirá representantes de pelo menos nove indústrias: carne bovina, aves e carne de porco, milho, etanol de milho e DDG (folhas de vinho seco), frutas, café, algodão, citros e biotecnologia. Em 2024, as exportações do Brasil para a China estavam próximas de US $ 50 bilhões.
A agenda inclui atividades comerciais organizadas em conjunto pela Associação Nacional de Comércio e importadores chineses, as tarefas de inspeção de delegações que viajam para as províncias do interior para conduzir a promoção de investimentos e a pesquisa de comportamento do consumidor e a cerimônia de lançamento da criação de um escritório conjunto para exportadores de aves brasileiras, carne de porco e carne bovina em Pequim.
O Presidente Lula também planeja visitar a China de 12 a 13 de maio para participar do Fórum da Comunidade da China-LA e deve realizar uma reunião bilateral com o presidente chinês Xi Jinping.
A visita em larga escala da delegação brasileira foi o resultado de vários fatores trabalhando juntos. Algumas organizações organizaram seu itinerário de visita com antecedência, enquanto outras ingressaram depois que o governo confirmou o itinerário do presidente Lula, vendo a escalada tarifária entre a China e os Estados Unidos como uma oportunidade estratégica. Alguns líderes agrícolas já estão planejando frequentar a Sial China, a maior feira de alimentos da China, realizada em Xangai de 19 a 21 de maio.
As partes interessadas acreditam que é uma oportunidade favorável para fortalecer as relações com a China e expandir o layout comercial do Brasil na China. Luis Rua, Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, disse: Um grande número de líderes empresariais agrícolas se reuniu na China, simbolizando essa preciosa oportunidade.
Agora é óbvio que as tarifas recíprocas tornaram os bens americanos não competitivos no mercado chinês. Todas as indústrias no Brasil consideram isso o momento certo para aprofundar as relações e aproveitar a oportunidade de lançar novos produtos. É importante para o Brasil mostrar que somos um parceiro que está disposto a participar e pode cooperar a qualquer momento em momentos críticos. Rua diz.
A Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (ABIEC) e a Associação Brasileira de Proteices Animais (ABPA) estabelecerão escritórios permanentes em Pequim para consolidar sua posição de mercado. Os produtores de carne bovina pretendem aumentar as vendas nas cidades chinesas do interior, enquanto os processadores de aves e carne de porco estão procurando oportunidades deixadas pela ausência dos EUA.
A visita foi planejada antes de Trump voltar à Casa Branca. Atualmente, os Estados Unidos são o maior fornecedor de uva da China. Os exportadores brasileiros esperam abrir o mercado no inverno com menos produção local na China.
A indústria de café também está otimista. Os produtores brasileiros acreditam que os compradores chineses estão dispostos a pagar preços mais altos para comprar sua soja. M RCIO Ferreira, presidente do Comitê de Exportadores de Café Brasileiros (CECAF), se reunirá com funcionários do governo na China e participará de feiras no futuro. Ele disse à Valor: várias iniciativas serão introduzidas no futuro para fortalecer parcerias e expandir o comércio de café.